Aprendendo a se informar...

Informar, discutir e criar numa perspectiva de diálogo entre sujeitos e saberes, visando à promoção da cidadania com base na liberdade de investigação científica e na dignidade da pessoa humana. Visite também: http://clinicadotexto.wordpress.com/

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Livros de Paulo Freire: Acesso Livre à Leitura

Postado por CLÍNICA DO TEXTO - USP [ 16/04/2009 15:15]


Preciosidades da obra do pedagogo libertário Paulo Freire estão desbloqueadas para impressão. São 9 (nove) livros importantíssimos escritos por um pensador brasileiro comprometido profundamente com as causas sociais e a educação brasileira.

O material é inovador, criativo, original e tem importância histórica inédita.


Baixe os arquivos em pdf. E boa leitura!!!

A importância do ato de ler:<http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/A_importancia_do_ato_de_ler.pdf>

Ação Cultural para a Liberdade:<http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/Acao_Cultural_para_a_Liberdade.pdf>

Extensão ou Comunicação:<http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/Extensao_ou_Comunicacao1.pdf>

Medo e Ousadia: <http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/MedoeOusadia.pdf>

Pedagogia da Autonomia:<http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/PedagogiadaAutonomia-P%5B1%5D.Freire.pdf>

Pedagogia da Indignação: <http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/PedagogiadaIndignacao-P%5B1%5D.Freire.pdf>

Pedagogia do Oprimido: <http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/PedagogiadoOprimido-P%5B1%5D.Freire.pdf>

Política e Educação: <http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/PoliticaeEducacao-P%5B1%5D.Freire.pdf>

Professora sim, Tia não: <http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/Professora_sim,_Tia_nao.pdf>

Você pode fazer um único download de todos os livros clicando aqui.

Biografia de Paulo Freire

Graduado pela Faculdade de Direito de Recife (Pernambuco). Foi professor de Língua Portuguesa do Colégio Oswaldo Cruz e diretor do setor de Educação e Cultura do SESI (Serviço Social da Indústria) de 1947-1954 e superintendente do mesmo de 1954-1957. Ao lado de outros educadores e pessoas interessadas na educação escolarizada, fundou o Instituto Capibaribe. Ele foi quase tudo o que deve ser como educador, de professor de escola a criador de idéias e "métodos".

Sua filosofia educacional expressou-se primeiramente em 1958 na sua tese de concurso para a universidade do Recife, e, mais tarde, como professor de História e Filosofia da Educação daquela Universidade, bem como em suas primeiras experiências de alfabetização como a de Angicos, Rio Grande do Norte, em 1963.

A coragem de pôr em prática um autêntico trabalho de educação que identifica a alfabetização com um processo de conscientização, capacitando o oprimido tanto para a aquisição dos instrumentos de leitura e escrita quanto para a sua libertação fez dele um dos primeiros brasileiros a serem exilados.

Em 1969, trabalhou como professor na Universidade de Harvard, em estreita colaboração com numerosos grupos engajados em novas experiências educacionais tanto em zonas rurais quanto urbanas. Durante os dez anos seguintes, foi Consultor Especial do Departamento de Educação do Conselho Mundial das Igrejas, em Genebra (Suíça). Nesse período, deu consultoria educacional junto a vários governos do Terceiro Mundo, principalmente na África. Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil para "reaprender" seu país. Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Em 1989, tornou-se Secretário de Educação no Município de São Paulo, maior cidade do Brasil. Durante seu mandato, fez um grande esforço na implementação de movimentos de alfabetização, de revisão curricular e empenhou-se na recuperação salarial dos professores. A metodologia por ele desenvolvida foi muito utilizada no Brasil em campanhas de alfabetização e, por isso, ele foi acusado de subverter a ordem instituída, sendo preso após o Golpe Militar de 1964. Depois de 72 dias de reclusão, foi convencido a deixar o país. Exilou-se primeiro no Chile, onde, encontrando um clima social e político favorável ao desenvolvimento de suas teses, desenvolveu, durante 5 anos, trabalhos em programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária (ICIRA). Foi aí que escreveu a sua principal obra: Pedagogia do oprimido.

Em Paulo Freire, conviveram sempre presentes senso de humor e a não menos constante indignação contra todo tipo de injustiça. Casou-se, em 1944, com a professora primária Elza Maia Costa Oliveira, com quem teve cinco filhos. Após a morte de sua primeira esposa, casou-se com Ana Maria Araújo Freire, uma ex-aluna.

Paulo Freire é autor de muitas obras. Entre elas: Educação: prática da liberdade (1967), Pedagogia do oprimido (1968), Cartas à Guiné-Bissau (1975), Pedagogia da esperança (1992) À sombra desta mangueira (1995).

Foi reconhecido mundialmente pela sua práxis educativa através de numerosas homenagens. Além de ter seu nome adotado por muitas instituições, é cidadão honorário de várias cidades no Brasil e no exterior.

A Paulo Freire foi outorgado o título de doutor Honoris Causa por vinte e sete universidades. Por seus trabalhos na área educacional, recebeu, entre outros, os seguintes prêmios: "Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento" (Bélgica, 1980); "Prêmio UNESCO da Educação para a Paz" (1986) e "Prêmio Andres Bello" da Organização dos Estados Americanos, como Educador do Continente (1992). No dia 10 de abril de 1997, lançou seu último livro, intitulado Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Paulo Freire faleceu no dia 2 de maio de 1997 em São Paulo, vítima de um infarto agudo do miocárdio.

Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921, no Recife, Pernambuco, uma das regiões mais pobres do país, onde logo cedo pôde experimentar as dificuldades de sobrevivência das classes populares.

Fontes consultadas:

terça-feira, 31 de março de 2009

Edital da Finep contempla projetos voltados às tecnologias sociais

A Finep lançou, nesta semana, uma chamada pública voltada à seleção de propostas que receberão apoio financeiro para a execução de projetos de tecnologias para o desenvolvimento social. A data limite para a submissão eletrônica das propostas é o dia 25 de maio.

Serão disponibilizados R$ 34,6 milhões, não reembolsáveis, provenientes do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O objetivo é contribuir para a redução da pobreza e das desigualdades sociais, além de democratizar o acesso às tecnologias de informação e comunicação em áreas rurais do país.


A chamada contemplará projetos em duas linhas temáticas: o desenvolvimento de tecnologia social em contextos produtivos de empreendimentos econômicos solidários em áreas urbanas e rurais; e a implantação de centros de inclusão digital em áreas rurais. O prazo de execução dos projetos é de até 24 meses, prorrogáveis a critério da Finep.

Cada Estado e o Distrito Federal, por meio de suas secretarias de Ciência, Tecnologia e Inovação, poderá apresentar uma única proposta contemplando uma ou ambas as linhas temáticas. O formulário eletrônico para a submissão dos projetos estará disponível no site da Finep a partir do dia 31 de março.


As propostas deverão ser estruturadas em subprojetos a serem executados por Instituição Científica e Tecnológica Pública (ICT) e empresas públicas que executem atividades de pesquisa científica e tecnológica, extensão ou serviços tecnológicos. Os subprojetos apresentados no âmbito da primeira linha temática, que envolve o desenvolvimento de tecnologia social em contextos produtivos, deverá contemplar uma cadeia produtiva principal, com destacada importância social, econômica e ambiental.


No que diz respeito aos centros de inclusão digital, objeto da segunda linha temática, a proposta deverá conter a lista completa dos municípios escolhidos para receberem os centros de inclusão digital. As unidades deverão funcionar em bibliotecas públicas, empresas públicas de extensão e assistência técnica rural, escolas agrotécnicas e cooperativas de agricultores familiares.


Leia íntegra do edital, disponível em:

http://www.finep.gov.br//fundos_setoriais/acao_transversal/editais/Chamada_Desenvolvimento_%20Social_2009.pdf


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terça-feira, 10 de março de 2009

Homem X Biblioteca

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"Tenho a suspeita de que a espécie humana - a única - está prestes a extinguir-se e que a Biblioteca perdurará: iluminada, solitária, infinita, perfeitamente imóvel, armada de volumes preciosos, inútil, incorruptível, secreta"
(Jorge Luís Borges)
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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

MATA ATLÂNTICA: UM GIGANTE DESCONHECIDO...


A floresta inesperada


Mais rica em biodiversidade, a Mata Atlântica é mais pobre do que a Amazônia em nitrogênio

Esse trabalho, iniciado em 2003, mostrou que a floresta mais próxima das maiores cidades do país ainda é muito pouco conhecida, em contraste com a Amazônia, que começou a ser examinada há pelo menos quatro séculos com os naturalistas europeus. “Saber mais da Amazônia do que da Mata Atlântica, muito mais próxima de nós, é inquietante”, observa Luiz Antonio Martinelli, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) e um dos coordenadores do grupo que reúne especialistas em solo, plantas e atmosfera, dispostos a construir uma visão ampla e integrada da floresta atlântica brasileira.

Os botânicos foram os primeiros a perceber que o nitrogênio na Mata Atlântica não seria tão abundante quanto na Amazônia. Como base de todo o trabalho, quase 15 estudantes e auxiliares de pesquisa percorreram as 14 áreas de estudo – cada área mede um hectare (10 mil metros quadrados) de mata com a vegetação mais preservada possível em três faixas de altitude (5 a 50 metros, 50 a 500 e 500 a 1.200) nos municípios de Ubatuba e São Luís do Paraitinga. Coordenados por Simone Vieira, engenheira agrônoma da USP, e Luciana Alves, bióloga do Instituto de Botânica, eles tinham de encontrar e marcar com uma pequena placa metálica todas as árvores, mesmo as ainda em crescimento, com pelo menos 4,8 centímetros de diâmetro. No total, 28 mil árvores.

Os botânicos verificaram que as representantes da família botânica das leguminosas como o jatobá, o pau-ferro e o jacarandá não eram tão abundantes por ali quanto na Amazônia. As árvores da família das leguminosas são importantes para toda a floresta porque, mais do que outras espécies, captam nitrogênio da atmosfera por meio da associação das raízes com grupos de bactérias do gênero Rhizobium. Inicialmente o utilizam para elas próprias e depois o distribuem para outras plantas, quando as folhas caem e o nitrogênio se espalha no solo e nos rios.

Enquanto os botânicos examinavam as plantas, Luiz Felippe Salemi e Juliano Daniel Groppo colhiam água da chuva. Depois a examinaram em Piracicaba nos aparelhos do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), sob a orientação de Martinelli, e encontraram muito pouco nitrogênio na água da chuva e dos rios, no solo e nas folhas das árvores. “Pensamos que os equipamentos estivessem errados”, conta Martinelli. Aos poucos concluíram que a Mata Atlântica deveria funcionar de modo totalmente diferente do que haviam pensado, talvez com metade do já pouco nitrogênio encontrado na Amazônia, embora mais do que nas florestas temperadas européias, bastante modestas em biodiversidade se comparadas com as da América.

Martinelli ainda não sabe se a escassez de nitrogênio seria uma das razões para o fato de a Mata Atlântica ser uma das florestas mais antigas do mundo, com cerca de 65 milhões de anos, ou se a Mata Atlântica viveu tanto porque sempre contou com pouco nitrogênio. Ele acredita que comparações com um ambiente natural bem diferente, o Cerrado, cujas plantas se adaptaram à escassez de nutrientes e de água, poderiam ajudar a explicar como a floresta tropical litorânea abriga uma riqueza biológica, medida pela diversidade de espécies de animais e plantas, se consideradas as epífitas como orquídeas e bromélias, até três vezes maior por metro quadrado que a da Floresta Amazônica, muito mais rica em nitrogênio.

Árvores com pressa

Ao menos agora estão claros os contrastes não só entre as maiores florestas do Brasil como também no interior da própria Mata Atlântica. As matas de altitude mais baixas crescem e vivem – funcionam – de modo diferente que as de altitudes mais elevadas, como se fossem organismos distintos. Os solos das matas de 5 a 50 metros de altitude são rasos (não passam de 30 centímetros) e ainda mais pobres em nutrientes que os dos terrenos de 800 a 1.200 metros. De acordo com os resultados obtidos até agora, nas matas baixas as plantas parecem ter pressa e absorvem nitrogênio diretamente das folhas que caem sobre o solo – sem esperar o valioso nutriente misturar-se à terra e formar a espessa camada de material orgânico do solo das matas altas, onde o nitrogênio circula mais lentamente. Nas matas mais próximas da praia a quantidade de chuva corresponde à metade da que cai nas matas no alto da serra, imersas em neblina pelo menos 200 dias por ano. Nas altitudes mais elevadas as árvores são mais encorpadas, além de apresentarem uma densidade maior que nas matas baixas. “Não dá mais para dizer que a Mata Atlântica, indistintamente, funciona de um jeito ou de outro”, afirma Joly.

Simone Vieira e Luciana Alves também estimaram a biomassa – a quantidade de carbono armazenado principalmente nas árvores, palmeiras e samambaias – da Mata Atlântica. Reuniram informações sobre o diâmetro, a altura e a densidade da madeira de quase 30 mil árvores e concluíram que a biomassa da vegetação da Mata Atlântica pode variar de 80 toneladas de carbono por hectare nas florestas mais próximas do mar a 120 toneladas nas matas da encosta e do topo da serra. “É uma quantidade de carbono muito maior do que a que esperávamos”, afirma Simone. Essa biomassa sugere que a Mata Atlântica tem uma capacidade elevada de armazenar carbono orgânico, ainda que por mecanismos ainda misteriosos, porque a quantidade de nitrogênio que recebe não deveria levar a árvores tão encorpadas.

A estimativa de biomassa indicou que cada hectare de Mata Atlântica desmatado implica a emissão de pelo menos 100 toneladas de carbono, semelhante à faixa mínima de emissão da Amazônia (a queima de um hectare de Floresta Amazônica, dependendo da densidade e da composição, implica a emissão de 100 a 200 toneladas de carbono). “Demoramos cinco séculos para conhecer a biomassa, um dado básico sobre a Mata Atlântica”, reconhece Martinelli. Sua indignação mistura-se com o prazer de terem encontrado um ser gigantesco tão próximo que permanecia tão desconhecido e certamente guarda muitas outras surpresas.

© Eduardo Cesar
Litoral norte paulista: floresta de 65 milhões de anos

Projeto: Composição florística, estrutura e funcionamento da floresta ombrófila densa dos núcleos Picinguaba e Santa Virgínia do Parque Serra do Mar

Modalidade: Projeto Temático – Programa Biota FAPESP

Coordenadores: Carlos Alfredo Joly (Unicamp) e Luiz Antonio Martinelli (Cena-USP)

Investimento:
R$ 2.576.067,24 (FAPESP)

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Fonte: FAPESP, Edição Impressa 154 - Dezembro 2008. Disponível em: http://www.revistapesquisa.fapesp.br/index.php?art=3716&bd=1&pg=1&lg=